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Brincadeiras de faz-de-conta são essenciais no desenvolvimento infantil, afirma psicóloga

Se puder, dê uma olhada num pátio de pré-escola durante o recreio. Você verá vários pequeninos e pequeninas fingindo que são um monte de coisa: astronautas, jogadores de futebol, empresários, super-heróis, cientistas, mães e pais, personagens de filmes, desenhos e seriados… Ainda há certo preconceito com as brincadeiras que envolvem somente a imaginação, mas a psicóloga e professora Tracy Gleason garante que esse tipo de brincadeira não só é saudável, como desenvolve a criatividade da criança.

Ela defende que as brincadeiras que envolvem a imaginação são parte essencial do desenvolvimento infantil, fomentando as primeiras noções de empatia e de relações interpessoais. “Conheci crianças que não percebiam um amigo imaginário como algo interno, mas como algo externo. Elas eram ‘forçadas’ a discutir, negociar e entender as coisas da perspectiva desse amigo”, conta a psicóloga, “não há nada de mal nisso. Um amigo imaginário não vai distorcer a percepção da criança em relação ao que é real. Com o tempo, ela vai perceber que ele era só parte da imaginação”.

Gleason afirma que incentivar as crianças a explorar a imaginação é importante porque, durante estas brincadeiras, elas interpretam seus papeis, mas também manipulam as ações e reações das outras ‘pessoas’ que fazem parte do universo que criaram. Assim, aprendem que as coisas podem ser vistas de diversas perspectivas e desenvolvem um senso de empatia geralmente mais avançado que o de crianças que interagem entre si. “Numa brincadeira entre duas crianças, cada uma defende seu próprio ponto de vista. Num mundo imaginário, a criança que está brincando defende todos”, explica a psicóloga.

Além disso, a Gleason diz que este tipo de brincadeira também ajuda a explorar o mundo e suas complexidades, mesmo que de maneira tímida e ainda primitiva: “Se uma criança finge estar no papel do pai ou da mãe, passa a entender as preocupações que eles têm. Se é um astronauta, é também o centro de controle, então compreende relações de cumplicidade e autoridade. Tudo isso de maneira caricata, é claro, mas muito importante”.

Então, da próxima vez que você vir seus filhos, irmãos mais novos, primos ou qualquer outra criança brincando sozinha ou fingindo ser alguma coisa, incentive-a, faça perguntas e estimule-a a explorar os universos que está criando.

Fonte: Revista Galileu

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