Você está prestes a ajudar alguém em uma situação, mas não o faz porque percebe que aquela pessoa não faria o mesmo por você se os papeis estivessem invertidos. Você provavelmente já passou por essa situação (ou variações dela). Um estudo realizado pelo psicólogo David G. Rand, da Universidade Yale, nos Estados Unidos, mostra que você não está sozinho: as pessoas de fato tendem a ser mais altruístas quando não pensam duas vezes.
A pesquisa de Rand, que acaba de ser publicada no periódico Psychological Science, tinha como objetivo entender como funciona a colaboração humana e se ela é intuitiva. O pesquisador começou a investigar o assunto porque nos estudos da psicologia, o pensamento humano é dividido em duas grandes categorias: a de pensamentos rápidos, que não precisam de muita deliberação da consciência; e a mais lenta, na qual o indivíduo avalia com cuidado a situação na qual está se envolvendo.
A hipótese do pesquisador americano é que as pessoas aprendem respostas intuitivas para colaboração de acordo com suas experiências prévias. Se o indivíduo passou por situações nas quais cooperar com os outros se provou ser uma boa ideia, por exemplo, esse comportamento se tornará intuitivo. Algumas situações, no entanto, fazem com as pessoas pensem um pouco mais, o que faz com elas, no geral, não escolham ser altruístas.
Para testar sua hipótese, Rand analisou 67 estudos publicados sobre a cooperação humana em jogos. Ele observou que nas vezes em que os participantes eram estimulados a usarem a intuição, não a estratégia, eram 17,3% mais colaborativos com seus colegas.
Claro que se um estranho bater na porta de alguém às quatro da madrugada, o pensamento rápido talvez não seja a melhor saída. Porém no dia a dia, no trabalho, na faculdade, e até mesmo em casa, fazer o bem simplesmente por fazê-lo pode ser uma excelente ideia. A gentileza também é intuitiva — ser egoísta é que dá trabalho.
Fonte: Super interessante
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